Os Limites e Contradições da Educação Bilíngue para Estudantes Surdos
DOI:
https://doi.org/10.17921/2447-8733.2020v21n1p47-54Resumo
O objetivo desse artigo é discutir e problematizar a perspectiva da educação bilíngue dos estudantes surdos, indicando características monolíngues presentes nessa abordagem. Para tanto, relacionam-se, na introdução, questões sobre os limites e desafios nos processos educativos desses estudantes. A análise está dividida em três eixos: Orientação monolíngue, contradições na educação bilíngues e, translinguagem como possibilidades. Para fundamentar a discussão buscou-se problematizar aspectos históricos que reforçaram este paradigma ainda presente hoje na educação. Os resultados apresentam várias contradições entre a legislação linguística e os documentos de políticas públicas que orientam a educação bilíngue dos estudantes surdos. A partir dessas contradições, ao longo do texto, discute-se sobre a inserção de uma orientação monolíngue na perspectiva do bilinguismo para esse público. No terceiro eixo de análise, levantam-se possibilidades de ampliar os conceitos de língua e linguagem na educação bilíngue sob a ótica da abordagem da translinguagem. Conclui-se que o bilinguismo na educação dos estudantes surdos não acontece como determina a legislação. Políticas públicas relacionadas a essa questão ainda favorecem a uma orientação que exclui o sujeito nos processos de ensino e aprendizagem. A perspectiva da translinguagem aponta para possibilidades emergentes que podem trazer um novo olhar na educação bilíngue dos estudantes surdos.
Palavras-chave: Translinguagem. Linguagem. Políticas Públicas.
Abstract
The aim of this article is to discuss and problematize the perspective of bilingual education for deaf students, indicating monolingual characteristics present in this approach. Therefore, questions about the limits and challenges in the educational processes of these students are listed in the introduction. The analysis is divided into three axes: Monolingual orientation, bilingual contradictions in education, and translanguaging as possibilities. To support the discussion, we sought to problematize historical aspects that reinforced this paradigm still present today in education. The results present several contradictions between the linguistic legislation and the public policy documents that guide the bilingual education of deaf students. Based on these contradictions, the text discusses the insertion of a monolingual orientation in the perspective of bilingualism for deaf. In the third axis of analysis, possibilities are raised for expanding the concepts of language and languaging in bilingual education from the perspective of the translanguaging approach. It is concluded that bilingualism in the education of deaf students does not happen as required by law. Public policies related to this issue still favor an orientation that excludes the subject in the teaching and learning processes. The perspective of translanguaging points to emerging possibilities that can bring a new look to the bilingual education of deaf students.
Keywords: Translanguaging. Language. Public Policy.
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