Gilles Deleuze, a Vida Filosófica e o Ensino de Filosofia

Autores

  • Christian Fernando R Guimarães Vinci

DOI:

https://doi.org/10.17921/2447-8733.2015v16n4p349-355

Resumo

Há muito que a produção acadêmica na área de Educação tem realizado experimentações com o pensamento de Gilles Deleuze, acompanhado ou não de seu parceiro Félix Guattari. Uma subárea em especial tem se dedicado com mais afinco a pensar deleuze-guattarinianamente seu objeto: trata-se daquela dedicada a pensar o tópico ensino de filosofia. No interior dessa subárea, desde finais da década de 1990, vimos tomar corpo uma influente corrente interpretativa que enxerga a filosofia como uma atividade criativa, tomando como parâmetro o pensamento dos filósofos franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari, expresso, sobretudo, na obra O que é a filosofia? Os adeptos dessa corrente defendem que o ensino de filosofia deve ser capaz de propiciar ao alunado o gosto pelo pensamento, cativando encontros intensivos capazes de potencializar o gesto criativo que definiria a atividade filosófica, a criação conceitual e assim possibilitar o surgimento de uma enigmática figura: o filósofo. Apesar das especificidades próprias ao grupo de autores coadunados com tal interpretação, há um velho problema sendo aqui discutido e retomado: no Brasil, privilegiamos o ensino de história da filosofia e não o filosofar em nossas escolas, sendo esta última a verdadeira atividade do filósofo. A criação de conceitos, especificidade da atividade filosófica, surgiria então como uma possível solução. Sugerimos que, apesar de se tratar de uma leitura prolífica, a produção adepta dessa interpretação tem se focado em demasia na questão da criação conceitual e deixado de lado um tema deleuziano importante, a saber: a vida filosófica. Em nossa leitura, o criar conceitos define a filosofia de fato, mas não nos parece ser suficiente para pensarmos a figura do filósofo. Acreditamos que ninguém nasce filósofo, como defende o próprio Gilles Deleuze, mas sim devém filósofo. O que propomos é apresentar um adendo, argumentando que o ato criativo definidor da filosofia por si só não basta para produzir esse devir, devendo ser levado em conta também aquilo que G. Deleuze denominou vida filosófica.

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Publicado

2015-11-18

Como Citar

VINCI, Christian Fernando R Guimarães. Gilles Deleuze, a Vida Filosófica e o Ensino de Filosofia. Revista de Ensino, Educação e Ciências Humanas, [S. l.], v. 16, n. 4, p. 349–355, 2015. DOI: 10.17921/2447-8733.2015v16n4p349-355. Disponível em: https://revistaensinoeeducacao.pgsscogna.com.br/ensino/article/view/3288. Acesso em: 20 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos